PRETOS VELHOS



Os Pretos Velhos representam o espírito de superação e transcendência de toda a tortura e sofrimento vividos por escravos no passado; quando homens negros eram tratados como objetos de comércio e lucro dos grandes senhores.

Os Pretos Velhos após sucessivas reencarnações transformam-se em espíritos de luz e guias mediúnicos muito eficazes para trabalhar em diversos setores.

Pretos Velhos são espíritos guias de elevada sabedoria, feiticeiros poderosos que dominam a “arte” do uso das ervas para trabalhar medicamentos espirituais e feitiços em diversas áreas.

Espíritos misericordiosos, não costumam deixar de atender aos pedidos de seus filhos,




A TODOS OS PRETOS E PRETAS VELHAS O NOSSO

CARINHO ESPECIAL




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domingo, 30 de junho de 2013

AS SETE LÁGRIMAS DE UM PAI PRETO

                
 
Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetravam meu Ser Mental e me faziam ansiado por algo que pouco a pouco se fazia definir...
Era um quê desconhecido, mas sentia-o como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto...
Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre “eu”? Não o soube até adormecer ... e sonhar.
Assim, vi meu “duplo” transportar-se, atraído por cânticos que falavam de Aruanda. Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da Senhora da Luz Velada, dessa Umbanda de todos Nós, que chamavam seus filhos de fé...
E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam, mas, surpreso ficava com aquela visão que em cada um eu via: invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai-Preto chorava. De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e, não sei porque, contei-as ... foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o: fala Pai-Preto, diz a teu filho,, porque externas assim tão visível dor?
E ele, suave, respondeu: estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas estão a cada um deles.
A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber...
Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando, na expectativa de um milagre que os faça alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.
E mais outra foi para aqueles que crêem, porém numa crença cega, escrava de seus interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de “casos” nascentes, uns após outros.
E outra mais que distribuí aos maus, àqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança; desejam sempre prejudicar a um seu semelhante – eles pensam que nós, os GUIAS, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem ... pobres almas, que das brumas ainda não saíram.
Assim, vai lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas – não crêem, nem descrêem: sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma.
Cuida-se deles mas não conhecem a palavra GRATIDÃO. Negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbanda ...
Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis mas, se olhares bem seus semblantes verás escrito em letras claras: CREIO NA TUA UMBANDA, NOS TEUS CABOCLOS E NO TEU ZAMBI, MAS SOMENTE SE VENCEREM O MEU CASO, OU ME CURAREM DISSO OU DAQUILO ...
A sexta lágrima eu a dei aos fúteis que andam de Tenda em Tenda, não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente ... sei bem o que eles buscam ...
E a última, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada ... Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que vive nos olhos de todos os Pretos Velhos; fiz doação dessa aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são ...
Cegos guias de cegos. Andam se exibindo com a Banda, tal qual mariposas em volta da Luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam à exteriorização de seus próprios EGOS ...
Olhai-os bem. Vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam “doutrinando”; suas vozes são ocas, dizem tudo de cor e salteado, numa linguagem sem calor, cantando loas aos nossos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e gula do vil metal. ELES NÃO TÊM CONVICÇÃO..
Assim, filho meu, foi para esses todos que viste cair, uma a uma, as SETE LÁGRIMAS DO PAI PRETO!
Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: não tens mais nada a dizer, Pai-Preto?
E daquela forma velha, vi um véu caindo e, num clarão intenso que ofuscava tudo, ouvi mais uma vez ...
Mando a luz de minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão ... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES ...
São os humildes, os simples ... estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão ... São seus FILHOS DE FÉ!
São também os “aparelhos”, trabalhadores, silenciosos, cujos “salários” de cada noite são pagos quase sempre com uma só moeda que traduz o seu valor numa única palavra – a INGRATIDÃO 

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